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terça-feira, 1 de novembro de 2011

LINDARA

Lindara era uma menina muito tagarela. Falava pelos cotovelos...
Só que falava tão rápido que as pessoas ficavam tontas e quase nunca conseguiam entender o que, de verdade, ela queria dizer.
Conversar com Lindara era uma grande confusão. Ela falava de um jeito muito estranho; tudo misturado e desarrumado. Dava uma agonia danada de ouvir...
Seu primo só a chamava de "Máquina de Palavras"... seus vizinhos só a conheciam como "Vitrola Enguiçada".
Mas, Lindara nem ligava para os apelidos e continuava a sua vida de tagarelice dia e noite sem parar. Na escola, na rua e em qualquer lugar! Ufa! Era duro de aturar!!!
E quantas besteiras falava sem querer... Até aquelas ideias bobinhas que passam, de repente, na cabeça da gente, ela ia contando pra todo mundo de qualquer maneira... Por mais que seus amigos se esforçassem, ficava difícil de entender a menina Lindara!
Ela falava, falava, falava sem parar. E as pessoas ouviam, ouviam, ouviam até se cansar...
Um assunto emendava no outro e se enroscava com o que já tinha começado. E, de repente, outro assunto entrava no meio da roda e outras histórias sem pé nem cabeça se perdiam no ar...
A menina sabia que precisava melhorar o seu jeito de conversar. Não queria mais chatear ninguém!
Toda manhã prometia para ela mesma que aquele dia seria diferente. Ela falaria muito menos e ouviria muito mais! Mas quem disse que ela conseguia cumprir o combinado?
Aquela situação ia deixando Lindara com aperto no seu coração...
Um dia, sema mais nem porque, Lindara começou a se chatear com esse seu jeito de menina faladeira, que parecia "Máquina de Palavras", que parecia "Vitrola Enguiçada", que ninguém entendia nada.
Ficou "caladona" num canto e criou um bico deste tamanho. Ficou assim um dia inteiro, calada e de cara amarrada. Toda a vizinhança ficou preocupada com ela...
De repente, como num passe de mágica, Lindara percebeu uma ideia brilhante no seu pensamento. Uma ideia diferente que não se misturava com as outras confusas. Ela brilhava tanto e tão bonito que Linbdara descobriu um estalo: pensar é bom!
A gente pode pensar uma porção de coisas ao mesmo tempo, tudo misturado, mas na hora de falar tem que desembaraçar, colocar as ideias em fila, falar com calma, uma coisa de cada vez, sem esquecer de respirar.
Assim, as palavras não ficam bagunçadas. E o melhor de tudo é que todo mundo entende o que a gente quer dizer! Que grande iluminação!
Lindara ficou tão feliz com a descoberta que, do bico deste tamenho, ela fez um sorriso lindo...
E, de menina faladeira que parecia Máquina de Palavras, que parecia Vitrola Enguiçada, que ninguém entendia nada, Lindara virou uma menina pensadeira, sem abandonar de vez aquela menina faladeira que sempre foi. Continuou a dizer o que pensava, mas aprendeu a dizer bem; não se enrolando, não se cansando e nem chateando ninguém!
Afinal, todo mundo pode melhorar a sua maneira de ser e de se relacionar sem em outra pessoa se transformar...
E foi assim que, entre pensamentos, palavras e sentimentos, Lindara cresceu, surpreendendo a todos: virou uma grande...
                                  CONTADORA DE HISTÓRIA!

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